Numa colaboração conjunta entre três instituições de ensino superior (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa e o Centro de Física da Universidade do Minho), duas estudantes do Mestrado em Bioengenharia da FEUP, Ana Beatriz Pereira e Mariana Terroso, testaram e comprovaram a atividade antibiofilme dos nanossistemas lipídicos contendo diferentes compostos bioativos, nomeadamente resveratrol, quercetina e ómega 3.
Os biofilmes associados a dispositivos médicos e tecidos corporais podem ser responsáveis pelo insucesso do tratamento de infeções com terapia antimicrobiana, contribuindo para o desenvolvimento de infecções crónicas. Uma vez que a remoção dos biofilmes pode ser bastante difícil, muitos investigadores têm trabalhado em diferentes estratégias para combater as infeções com a presença de biofilmes, algumas das quais têm sido bem sucedidas. Uma das estratégias promissoras nesta área é a utilização de nanossistemas que podem veicular antibióticos ou outros agentes antimicrobianos com atividade antibiofilme. De facto, a pequena dimensão e outras propriedades dos nanossistemas (por exemplo, interação superficial, adesão, deformabilidade) podem ser ajustadas para permitir que os agentes antimicrobianos atravessem a matriz extracelular do biofilme.
O trabalho desenvolvido foi apresentado num congresso nacional, Biophysics Festival – 4th Meeting of Young Biophysicists, organizado pela Sociedade Portuguesa de Química, na Universidade da Beira Interior, Covilhã, tendo sido agraciado com o prémio de melhor poster. Adicionalmente, as estudantes apresentaram comunicações orais num encontro científico ibérico, 10th Iberian Meeting on Colloids and Interfaces (RICI X) , em Coimbra, e ainda no Curso Avançado de Bionanossistemas para aplicações farmacêuticas e cosméticas do Mestrado de Biofísica e Bionanossistemas da Escola de Ciências da Universidade do Minho.